Sony deixa de vender produtos nesse mês no Brasil
Na última segunda-feira, a Sony comunicou a interrupção de suas atividades comerciais no Brasil. A decisão afetará o comércio de TV’s, câmeras e fones.
Em 2019, a fabricante cessou o comércio de celulares em toda a América do Sul, além da América Central e Oriente Médio. Dessa forma, a decisão se baseou na queda da venda de seus produtos ao redor do mundo.
Entretanto, a Sony garante que a assistência técnica e a garantia de seus produtos se manterá ativa, pelo período que for necessário. Assim, estará de acordo com as normas e exigências relativas à proteção de consumidores.
Além disso, a venda dos videogames Playstation 4 e Playstation 5 continuará, pois são produtos importados. A permanência da empresa em outros segmentos (Games, Soluções Profissionais, Music e Pictures Entertainment) também continuará na ativa.
Confira abaixo a lista completa de produtos que não serão mais produzidos no Brasil:
- Todas as linhas de TVs, com ou sem Android;
- home theater e soundbars;
- fones de ouvido (menos os headsets para PlayStation)
- caixas de som Bluetooth sem fio
- mini systems
- câmeras de lentes intercambiáveis (como as da linha Alpha)
- lentes
- câmeras compactas
- filmadoras para consumidores
Veja também o comunicado emitido pela Sony após o anúncio da decisão:
Samsung garante 4 anos de atualizações
Questões financeiras
Com a crescente movimentação do setor tecnológico, a Sony vem perdendo o espaço conquistado há um tempo. Sendo assim, é possível afirmar que a decisão pelo encerramento da produção no Brasil teve base nesse aspecto.
Um produto que sofreu bastante impacto nas vendas foi o smartphone. Ou seja, com a ampliação nas linhas de marcas como a Samsung e o crescimento na comercialização de concorrentes como a Xiaomi, que investe amplamente em modelos de entradas, os celulares da Sony ficaram de lado no cenário comercial brasileiro. Esse aspecto culminou no encerramento na venda desses produtos em 2019.
O mesmo caso ocorreu com os televisores. Nesse ramo, a gigante japonesa precisou encarar fabricantes de produção mais expressiva no ramo. Isso porque a Samsung, segundo a IHS Markit, é a líder global do seguimento há pelo menos 14 anos.
Em segundo lugar vem a LG, que abrange 12% do mercado de venda dos televisores. Nessa linha, a Sony não possuía uma marca muito produtiva, ocupando apenas 7% das escolhas de compra.
Contudo, essa questão muda quando o produto em questão se torna o seu famoso videogame: o Playstation. O console, segundo a Statista, é preterido por quase 38% dos brasileiros. Isso justifica o fato da empresa manter suas vendas no país.
No entanto, é importante relembrar que os consoles não são produzidos no país desde 2017. Ou seja, as vendas consistem em produtos importados. Os headsets da Série Ouro e Pulse 3D também continuarão sendo vendidos.
O fechamento de fábrica
A notícia do encerramento das atividades em território brasileiro não é recente. Isso porque a divulgação desse dado ocorreu em setembro de 2020, no momento em que a fabricante fechou sua fábrica, localizada em Manaus, após décadas em exercício no país.
Na época, a fábrica possuía cerca de 220 funcionários. A Sony afirmou que estava fechando sua única fábrica brasileira para fortalecer a estrutura e sustentabilidade de seus negócios.
Desse modo, visa responder rapidamente as mudanças que impactam o mercado financeiro. Também alegou ter atravessado uma grave crise financeira nos últimos anos.
No fim do ano passado, a Mondial realizou a compra do terreno, da fábrica e dos equipamentos. Dessa forma, prosseguirá com sua produção de eletrodomésticos.
A Sony no Brasil
A atuação da fábrica no Brasil teve início na década de 1960. Porém, o primeiro escritório da marca só foi arquitetado em 1972.
Dessa maneira, os primeiros equipamentos comercializados foram os videocassetes e TVs. Por fim, a primeira fábrica da multinacional japonesa foi inaugurada em 1981.